quinta-feira, 26 de março de 2009

Chego em casa sozinha
meu sorriso ficou na calçada
tiro as vestes que me cobrem
dispo-me de corpo e alma
converso com o espelho
rachado
pelas lágrimas
que aparou nas noites frias
e pelos beijos de batom
depositados em seu nome
nua, sozinha
deito-me entre lençóis macios
fecho os olhos
selo a alma
e transbordando calma
mergulho sem suspiros
no meu mundo de sonhos e poesias.

quinta-feira, 19 de março de 2009

"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música" NIETZSCHE

sexta-feira, 6 de março de 2009




Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!




Trecho do Navio Negreiro de Castro Alves. Belíssima e angustiante estrofe que já tive a honra de declamar em uma das apresentações do maravilhoso Coral Ad'Gloriam da Escola Agrotécnica Federal de Ceres, regido pelo maestro Sebastião Rodrigues, quando participei deste no naipe dos contraltos. Lágrimas nos olhos e cicatrizes na alma por todos meus irmãos humilhados, mortos, tratados como bichos nos sujos e fétidos navios negreiros!