sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Às vezes me pergunto qual meu papel na educação. O que esperam de mim os alunos, os pais, a coordenadora, o diretor, o secretário. Será que o concurso que prestei há cinco anos me habilitou a participar de algum reality show estúpido disfarçado de sistema educacional?
Enquanto meus colegas (professores ou participantes?) faltam ao serviço cada vez mais, assolados por doenças emocionais e físicas, vejo-me na obrigação de tornar-me um "Macgyver" em sala de aula. Com um toco de giz colorido de má qualidade devo "orientar para o futuro" e transformar em "cidadãos" 40, 50 60 estudantes simultaneamente. Subindo aulas para cobrir os buracos deixados pelos meus colegas deprimidos, doentes, cansados de passarem por tudo isso anos a fio.
Não adianta dizer que não é humanamente possível, ou decente, entrar duas, três vezes na mesma sala em um mesmo dia sem o material adequado, pois o horário de aula por meses a fio só é dado alguns minutos antes do sinal de entrada. Claro que eu posso fazer um grande plano geral de acordo com o ano, sem dúvida!Afinal para que serve conhecer cada aluno, suas maiores necessidades, o que mais o motiva se no final nem sei o dia em que continuarei com o conteúdo começado enquanto orbito por um 7ºano, um 8º ou um 9º apenas durante os primeiros 50min de aula?
Vale a lei do mais forte! O secretário manda no diretor que manda na coordenadora que manda em mim que mando nos alunos(outras vezes em ninguém) e eles me mandam tomar no... E estão com a razão!!!!
Vamos seguir este digno exemplo!Está na hora de inverter esta corrente e se por acaso não resolver o problema, não tapando o grande e fétido buraco em que a educação anda sendo abrigada pelo menos vai dar dinheiro para o rico convênio médico de muita gente.

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