terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Hoje estou com suspiros presos no peito....

Hoje vou postar os versos de uma poetisa que gosto muito, a portuguesa Florbela Espanca e sua poesia dolorida, apaixonada...


EM BUSCA DO AMOR

O meu Destino disse-me a chorar:
"Pela estrada da Vida vai andando;
E, aos que vires passar, interrogando
Acerca do Amor que hás de encontrar".

Fui pela estrada a rir e a cantar,
As contas do meu sonho desfiando...
E noite e dia, à chuva e ao luar,
Fui sempre caminhando e perguntando...

Mesmo a um velho eu perguntei: "Velhinho,
Viste o Amor acaso em teu caminho?"
E o velho estremeceu... olhou... e riu...

Agora pela estrada, já cansados
Voltam todos pra trás, desanimados...
E eu paro a murmurar: Ninguém o viu!...

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Estamos repondo aula na minha escola estadual. Fizemos greve nos meses de agosto e parte de setembro. O que ganhamos com isso? Bem...um contracheque zerado no final do mês e uma promessa de que se não repuséssemos em janeiro nosso salário seria novamente cortado! Será que me pagariam duas vezes pelo trabalho realizado? Pois se cortam duas vezes pela falta dele! Tudo é possível, para eles, OS PODEROSOS, tudo é realmente possível!
E o pior é ouvir os comentários maldosos dos colegas que não queriam a greve(será que eles ganham melhor do que eu?) e no fim ser a serial killer das férias alheias.
"Joãozinho, por que você não fez a tarefa?Você vai ficar de recuperação!"
"Tá doida, fessora!Senhora fez greve agora vai ter que me passar! Minha mãe disse que se eu tomar bomba vai denunciar a escola na Secretaria da Educação."
...Pra ONDE devo mandar, meu querido Joãozinho?
Hoje apareceu uma mãe na escola, louca da vida porque seu filho ficou retido em seis matérias!Dizia que a culpa era da greve. Queria que déssemos um trabalho para recuperar suas notas. E mesmo quando explicamos que era impossível, aos 45 do segundo tempo, recuperar o 4,0 do primeiro bimestre, o 3,0 do segundo, o 2,5 do terceiro, ela continuava em verdadeira erupção. Perguntamos quantas vezes já havia comparecido às reuniões escolares e se havia acompanhado o desenvolvimento do seu filho regularmente. A resposta? NÃO!
Salvemos os Joãozinhos do mundo enquanto é tempo! Da sua bolsa família, de seu salário escola e do peixe pescado pela vara de outro e jogado displicentemente em seu prato nosso de cada dia! Amém.

sábado, 24 de janeiro de 2009


Ternura

Eu te peço perdão por te amar de repente

Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos

Das horas que passei à sombra dos teus gestos

Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos

Das noites que vivi acalentado

Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo

Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.

E posso te dizer que o grande afeto que te deixo

Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas

Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...

É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias

E só te pede que te repouses quieta, muito quieta

E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar extático da aurora.


Ps. Simplesmente maravilhoso. Vinicius...ah Vinicius...
Este poema escrevi há quase 9 anos. É um dos meus favoritos e diz muito de mim, ontem e hoje:

Quero
Quero uma pomba da paz
livre num mundo sem fim
Um poeta de Marte
que escreva versos pra mim
Uma flor de alegria
plantada no meu jardim
Quero escutar um sonho
nas batidas de um coração-criança
Inventar uma palavra
forte, bonita, mansa
Quero tocar a vida
nas cordas de um violão
Conhecer o mundo
nas linhas de minha mão
Quero sorrisos de luz
para quem não sabe ser feliz
Uma fada-madrinha
que me aceite como aprendiz
Inventarei um dicionário
pra traduzir o que a brisa diz
Montarei no cavalo alado
que galopa nos anéis de Saturno
Pintarei o amor de Deus
com as tintas de outro mundo
E plantarei ouro no quintal
daquele belo vagabundo
E quem sabe um dia
não esbarre numa esquina
Qualquer
Com estes sonhos escritos
nos olhos de um doce pangaré
Que estará esperando-me
sem selas, livre
para me levar a este outro mundo
no qual poderei ter
toda esta doce e louca magia
que um dia sonhei
querer, viver, SER!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009


Família Araújo


Noite chuvosa...Em dias assim a solidão é quase palpável.
Bateu uma saudade do meu quartinho escuro e familiar na casa dos meus pais. O que será que estão fazendo os meus neste exato momento?
Minha mãe, agitada como sempre, deve estar lavando vasilha e assistindo novela. Cada coisa num cômodo, acontecendo simultaneamente, como ela faz tão bem.
Meu pai deve estar sentado no seu sofá favorito com os pés pra cima, pedindo pro meu sobrinho, Pedro ficar quieto um pouquinho pra ele poder ouvir o que estão dizendo na novela(não que ele assista!De maneira alguma!rsrs).
Minha irmã ainda de férias(sortuda!) deve estar com o celular na mão mandando mensagem pro bem com um olho no Pedro, meio olho na tv e a outra metade no aparelho.
Na casa da frente, mesmo quintal, estão minhas tias: Gorete, Fia e Cícera. Gorete, minha tiazinha down (ai de nós sobrinhas se nos atrevermos a chamá-la de tia!) deve estar com seu celular na mão, esperando tia Cícera voltar das aulas que ministra a noite e alguém ligar pra ela pra conversar...Perai...Estou ligando...(Boa noite, Gogó!Foi bom falar com você!)
Minha tia Fia ,eu sabia, estava sentada em frente a tv, cochilando. Ela não sabe mais o que fazer da sua vida! Auxiliar de enfermagem aposentada passou a vida cuidando de estranhos e familiares: Primeiro meu avô, Pedro que já se foi há tantos anos, alegria da minha infância (que saudade!), depois minha avó, Maria José, dona dos meus primeiros esboços (ah, vó!Inventei tantas historinhas pra senhora!) e por último há poucos meses, minha bisavó, Ana que enterrou quase todos seus filhos, muitos netos...Foram 112 anos de vida. Vida longa carregadinha de frutos!
Minha família! Tão perto e tão longe.
Cai chuva, lava minha casa vazia, minha solidão, minhas lágrimas teimosas e lava também a casa dos meus pais, das minhas tias, nossas lembranças partilhadas, nossas dores não partilhadas, pois amanhã o horizonte estará mais limpo que hoje, o céu mais azul e mais azul, também nossa esperança.

Te amo Família Araújo. Boa noite, meus amores!




quarta-feira, 21 de janeiro de 2009


Um salto alto e fino
Um gloss, um rimel
Uma blusa decotada
Calça jeans colada
Sorriso no rosto
Molejo no quadril
Gingando num ritmo
Ainda não inventado
Pele de ébano
Pantera que passa
Olhar sombreado
Quem nunca viu
Uma felina
Indo a caça?

terça-feira, 20 de janeiro de 2009


Fiquei sabendo que este meu humilde blog já foi visitado por três pessoas!!! Uau! Fiquei emocionada! De verdade!

Um blog é um diário esquecido aberto no sofá da sala! rsrs. E o engraçado é que quando adolescente tive vários e que virava uma fera quando alguém lia! rsrs.

Hoje em dia não tem graça se ninguém der uma espiadinha! E rir comigo (ou de mim) das minhas gafes e confusões!

Lembro que para despistar minhas irmãs deixava de escrever meus segredos verdadeiros e colocava segredinhos falsos!kkkkkkkkkk. Pois quando elas começavam a contar pra todo mundo o que estava escrito no meu diário (que elas sempre sempre pegavam escondido!!!), eu podia ficar lá com meu sorrisinho de canto de boca, satisfeita por meus segredos reais estarem bem escondidos dentro da minha cabeça! Sem lógica, né? E olha que as invenções eram muito piores que os acontecimentos reais!kkkkkkkkkkkkkkkkk.

Fazer o quê? Sempre fui muito criativa!rsrs

domingo, 18 de janeiro de 2009




Fim de semana cheio! Aniversário da minha amiga, Kálita. Parabéns amigona! Grande pessoa você. Espero que compartilhemos muitas histórias divertidas ainda, passemos menos medo(com este seu carro, Brutus que vive enguiçando de madrugada!) e paremos de sofrer e estressar com este nosso dedo podríssimo para homem!bjoooooooooo. Foi maravilhoso nosso fim de semana! Tirando o dedo podre, é claro!

Beijão também a todas nossas animadíssimas amigas e amigos de pagode: Ercília, Claudinha, Nara, Elimar, Danny(que infelizmente não pode ir), entre outros!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Aqui estou eu, novamente, derramando algumas lágrimas pelo grande amor da minha vida! A pessoa certa que nunca descobriu nem fez questão de descobrir o quão certo era! Como é possível, meu Deus, que ele que é o meu número tenha escolhido outro número para compartilhar sua vida?! E que eu, mesmo após tantos anos, continue chorando por isso?
FAÇA-ME O favor.



Hummm...Mais um fim de semana vem vindo.São dias em que a minha solidão é mais intensa e lenta. Morar sozinha, família longe, amor perdido ou nem encontrado!Mas graças a Deus, isso passa logo!Um convite pra balada, uma geladinha com as amigas e quem sabe um beijo na boca da pessoa certa(ou mesmo da errada!rsrs) fecha a noite com chave de ouro(de tolo!Mas ainda assim reluzente!).

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009


Hummm...Só posso dizer que ele veio ontem e como sempre me encheu de carinho. Mas ainda é difícil me entregar, meu coração numa bandeja virou filme trash há muito tempo!
Claro que as pessoas não são iguais. Mas...até que ponto são diferentes?
A bendita água fria ainda me amedronta, e muito!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009


Pode parecer clichê
Infantil, sei lá o quê
Mas a verdade
Não vou negar
Mais uma noite
aqui estou
Perfumada, pele macia
Sonhos na mente
pia vazia
esperando pela centésima vez
um certo alguém
quem sabe,
que finalmente será...
um rolo?
uma paixão?
talvez surpresa
desilusão
ou
outra chance de amar.
K.P.A

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009




Inicio meu blog com um poema escrito por mim no dia 04/01/2001 do qual o nome do meu blog foi retirado:
Deserto Particular
O deserto que inventei
É quente de calor frio
Não possue flores
Os oásis brincam...
De se esconder de mim
O eco é estridente
Do barulho que não faço
A areia desbotou-se
Da chuva que não cai
O caminho está gasto
Pelo peso de pés que não sentiu
E o céu?
O céu disfarça-se de azul
Azul morto pelo brilho do Sol
Que amarelo finge sorrir
O vento ferido não sopra
E a brisa arrependida
Parou no ar para meditar
Nem as palavras passeiam.
Deprimiram-se!
Os ouvidos angustiados
Choram solitários
Sem som, sem som...
Toda e qualquer vida
Sumiu...estinguiu-se
Fiquei só
Sem eco, sem voz
Neste deserto
Que criei
Para ser
meu.